9 de outubro de 2009
Redes de solidariedade são fundamentais para os PNE construírem suas individualidades
Gladis Maia
Do nascimento à morte, o ser humano participa de uma trama interpessoal que o molda e que ao mesmo tempo contribui para moldar a sua rede social. No início ela é constituída pela família, depois os amigos passam a integrá-la, os colegas de estudo e de trabalho e outras pessoas que formam a sociedade na qual se vive. O vínculo pode ser considerado a palavra-chave para a compreensão do conceito de rede social.
Alguns estudos sobre estas redes colocam em evidência a importância dos vínculos sociais extra-familiares na vida cotidiana dos seres humanos, em função dos traços de afinidade, que formam uma teia, unindo as pessoas. Uma rede de solidariedade é fundamental para a construção e o desenvolvimento da individualidade.
Uma rede social pessoal estável, sensível, ativa e confiável protege a pessoa na vida cotidiana, atua como agente de ajuda e encaminhamento, interfere na construção e manutenção da auto-estima, acelera os processos de cura e recuperação e aumenta a sobrevida.
É importante assinalar que a busca de melhor compreensão das vivências e relações familiares requer que se considere a cultura familiar como determinante do modo de funcionamento interno e as interações com o mundo externo.
No contexto da cultura familiar, o cuidado familial pode ser reconhecido por vários atributos, dentre os quais, de acordo com Ingrid Elsen, que cunhou a expressão cuidado familial no Brasil, cinco se destacam: a presença, a promoção da vida e bem-estar, a proteção, a inclusão e a orientação para a vida.
Ponto original da construção da rede de pertencimento do indivíduo, a família constitui uma rede de relacionamentos, um território de pertencimento recíproco, um espaço dos mais significativos para a convivência humana.
A presença compreende ações, interações e principalmente interpretações através das quais a família expressa solidariedade a seus membros.
A promoção da vida e bem-estar tem a finalidade de impulsionar, potencializar e qualificar a vida de cada um no grupo familiar e se realiza na criação de um ambiente físico e psicológico favorável às trocas afetivas e simbólicas e ao crescimento individual e grupal.
A proteção se manifesta antes mesmo do nascimento dos sujeitos, mas se efetiva em medidas que visam garantir a segurança física, emocional e social de cada um e do grupo familiar como um todo.
A inclusão visa à inserção familiar e social de seus membros. O sentimento de pertença é essencial não só à criança em desenvolvimento, mas a qualquer dos membros da família.
A convivência é considerada como uma das formas efetivas de desenvolvimento e cultivo da inclusão, não só na família como na sociedade e pode ser traduzida pelo respeito à individualidade, aceitação das diferenças, reconhecimento dos direitos de cada um, estímulo ao diálogo, entre outros aspectos.
E a orientação para a vida pode ser traduzida como um “guia internalizado” por cada um dos membros da família, na medida em que aponta para o que é considerado correto, aceitável, esperado, desejado para o indivíduo ou grupo familiar.
Muito se tem atribuído às escolas a formação integral do sujeito, esquecendo-se a importância da família e da sociedade neste processo, especialmente em tempos de inclusão, mas o desenvolvimento da personalidade e da plenitude das potencialidades de todo ser humano passa necessariamente pela presença ou ausência dos cuidados acima especificados. Nós somos essencialmente seres sociais. Pensem nisso! Namastê!
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