10 de outubro de 2009

O preparo científico dos professores deve coincidir com sua retidão ética


Gladis Maia

A Escola de especial qualidade para todos, projetada no limiar da escola inclusiva, deve estar atenta ao investimento afetivo nas relações que se estabelecem dentro dela.

Há que sejam relações afetas à construção da cidadania, à construção de aprendizes capazes de inventar, de criar, de renovar e de descobrir fórmulas de promover a própria vida, ao apropriar-se dela com as suas mãos.

As relações na escola precisam ser estabelecidas em meio à grande quantidade de respeito, de ética e de carinho.

Seria impossível entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e convergente dos próprios interesses e amores por aquilo que a criança olha, toca e alimenta a sua curiosidade.

A criança deseja e necessita de: ser amada, ser aceita, ser acolhida e ser ouvida, para que possa despertar para a sua curiosidade e desejo para o aprendizado.

A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade, como apregoa Paulo Freire. O professor não pode é permitir que a sua afetividade interfira no cumprimento ético do seu dever. Não se pode, por exemplo, condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele.

Aprendizagem e afetividade caminham juntas, lado-a-lado e auxiliam na autonomia do aluno. A educação da escola especializada em todos os alunos deve ser semelhante ao que Freire nos ensinou, pois formar é muito mais do que puramente “treinar” o educando no desempenho de destrezas.

Como o pequeno grande mestre defendia, os educadores não podem se assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da opção, a não ser assumindo-se como sujeitos éticos.

Ética enquanto marca da natureza humana é algo absolutamente indispensável à convivência sadia e amorosa dos seres humanos e evidentemente não pode faltar na escola, ao contrário, tem que ser sua marca registrada.

Da mesma forma, ensinar, está ligado à reflexão crítica sobre a prática, pois é pensando criticamente sobre a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a de amanhã.

Estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles trazem como indivíduos é fundamental, pois ensinar, implica em rejeição à qualquer forma de discriminação, que ofenda a substantividade do ser humano e negue a democracia.

sintetizando: ensinar exige estética e ética, decência e boniteza de mãos dadas, no dizer de Paulo Freire. Que os homens e mulheres de boa-vontade, que envergam a camiseta de bons professores, ocupem estes lugares, freireana e veementemente, esperamos! Pensem nisso! Namastê!

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