23 de outubro de 2008

VI Festa Literária Internacional de Paraty 2008

No encerramento da FLIP 2008, um saldo positivo para a literatura

O que é a FLIP?


Em agosto de 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) tornou-se a caçula da família de importantes festivais literários mundiais, com a presença de autores internacionalmente reconhecidos. A primeira FLIP estabeleceu um padrão de excelência às edições seguintes e num curto período de tempo ficou conhecida como uma das principais festas literárias internacionais, pela qualidade dos autores convidados, pelo irresistível entusiasmo de seu público e pela descontraída hospitalidade da cidade.

A FLIP além de receber grandes nomes da literatura mundial é freqüentada por brasileiros do porte de Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Ferreira Gullar, Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura, Barbara Heliodora, Ruy Castro e Lygia Fagundes Telles, além de ícones da cultura brasileira como Chico Buarque e Caetano Veloso.

A cada ano a FLIP homenageia um expoente das letras brasileiras. No primeiro ano, em 2003, celebrou-se o poeta e compositor Vinicius de Moraes (1917-1980). João Guimarães Rosa (1908-1967) foi o homenageado no ano seguinte. Em 2005 foi a vez de Clarice Lispector (1920-1977), em 2006, do baiano Jorge Amado (1912-2001), e, em 2007, do jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980). Em 2008, ano do centenário da morte de Machado de Assis (1839-1908), a FLIP presta homenagem ao grande escritor carioca.

A música brasileira, uma das maiores riquezas da nossa vida cultural, não poderia estar ausente da FLIP. Os shows de abertura, que já valeriam a ida a Paraty, ofereceram aos convidados a chance de assistir Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Adriana Calcanhoto e José Miguel Wisnik, Orquestra Imperial e Maria Bethânia darem as boas-vindas aos visitantes da FLIP.

Enquanto a programação principal acontece na Tenda dos Autores e é transmitida ao vivo na Tenda do Telão, vários outros eventos ocorrem simultaneamente em diversos locais. A Oficina Literária, destinada a jovens aspirantes a escritor, é realizada por grandes autores brasileiros e internacionais. Há também uma programação exclusiva para as crianças – a FLIPINHA – onde jovens estudantes de Paraty apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados. O sucesso da Festa também estimulou o desenvolvimento de uma programação de leituras, shows e lançamentos de livros, batizada de Off-FLIP.

Paraty é uma cidade litorânea contornada pelo mar azul-turquesa da baía da Ilha Grande e por grandes faixas intactas de mata atlântica. Localizada a aproximadamente quatro horas de carro do Rio de Janeiro e de São Paulo, esse antigo porto, de onde se enviava a maior parte do ouro do Brasil ao Velho Mundo, é uma cidade histórica que atrai muitos eventos culturais. Poucos locais poderiam ser mais agradáveis para sediar a FLIP que esta charmosa cidade. Suas ruas de pedra propiciam encontros casuais proveitosos, enquanto restaurantes e bares convidam a um bate-papo descontraído. As pousadas e os serviços oferecem excelente padrão de qualidade.

Desde a primeira edição, o crescimento da Festa Literária está intimamente ligado à vida e às necessidades de Paraty. Artistas locais, comerciantes, hoteleiros e donos de restaurantes acolhem a FLIP, que, por sua vez, mantém os habitantes locais ativamente envolvidos. Por tudo isso, a FLIP se destaca de outros encontros literários contribuindo para a atmosfera alegre e calorosa que tem caracterizado esse grande evento.

EDIÇÃO 2008


As ruas de pedra do centro histórico de Paraty, apelidadas pela população local de “pé de moleque”, se transformaram durante os cinco dias da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty - num efervescente e animado ponto de encontro de amantes da literatura. No meio dessas vias estreitas, nos restaurantes e nos bares, durante todo o dia era freqüente se deparar com algum dos escritores brasileiros e estrangeiros que participaram das 19 mesas da programação e que reuniram, ao todo, quarenta autores – 22 brasileiros e 18 estrangeiros.

Ao apresentar o balanço do evento, Mauro Munhoz, diretor geral da FLIP, informou que a tenda dos Autores e a do Telão receberam, juntas, cerca de 35 mil espectadores. Neste ano, a difusão do conteúdo proveniente dos depoimentos dos escritores ganhou um importante apoio, que possibilitou ampliar a abrangência e a mobilidade do acesso. Pela primeira vez, as mesas foram transmitidas online, com uma audiência que, já no segundo dia, aproximou-se das 4 mil visitas. Também foi criado um blog e postados vídeos no youtube.

A importância da iniciativa para a literatura foi igualmente destacada no balanço de encerramento. “A FLIP é a melhor porta de entrada de um autor no Brasil”, destacou Flávio Moura, diretor de programação da FLIP 2008 e que terá o mesmo papel na edição do ano que vem. “A FLIP é cada vez mais uma chancela fundamental que orienta o que vale e o que não vale a pena ler”, completou.

FLIPINHA e FLIP ETC

Também na FLIPINHA e na FLIP ETC, atividades que integram a programação oficial da FLIP, os resultados foram muito positivos, tanto na quantidade de participantes como, especialmente, na qualidade das ações organizadas e dos convidados. Na FLIPINHA, a série de eventos realizados, que resultam de um trabalho educativo desenvolvido ao longo do ano com alunos de 37 escolas da cidade, reuniu vinte autores brasileiros e atraiu cerca de 10 mil crianças.
Na animada tenda da FLIPINHA, os jovens participantes tiveram oportunidade de interagir com autores, ouvir histórias contadas pelos próprios escritores, acompanhar “ao vivo” como se desenvolve o processo de desenho de uma ilustração e aprender a criar bonecos de papel machê e poemas coletivos. Também foram protagonistas de peças de teatro, apresentações musicais e de dança, com a constante inspiração de Machado de Assis, o homenageado da FLIP 2008.

A FLIP ETC concentrou em sua programação a maior parte das atividades relacionadas a Machado de Assis, incluindo uma mostra de cinema com filmes baseados na obra do escritor, uma exposição do Instituto Moreira Salles com fotografias do Rio de Janeiro na época de Machado, peças de teatro adaptadas a partir de suas obras e abordagens particulares extraídas dos textos machadianos, como a palestra “Economia em Machado de Assis”, do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco.


A sinergia entre Paraty e a FLIP


O interesse despertado pela festa literária traz reflexos diretos para a economia da cidade. Durante os cinco dias, Paraty recebeu em torno de 20 mil turistas, que ocuparam pousadas e restaurantes, fizeram compras nas lojas e ateliês, gerando recursos e ampliando o mercado na cidade. Somente a FLIP ocupou 230 paratienses, que trabalharam na montagem e realização da festa.
Não é só no curto prazo, entretanto, que a cidade se beneficia dessa iniciativa. Numa sinergia muito feliz, os atributos naturais, turísticos e arquitetônicos de Paraty formam o cenário ideal para receber uma festa literária com as características e objetivos da FLIP. Como contrapartida, a FLIP se consolida como um instrumento que contribui cada vez mais para que o município possa planejar o desenvolvimento futuro, suprindo suas carências de infra-estrutura e preservando um patrimônio ambiental, histórico e arquitetônico reconhecido e respeitado internacionalmente.

FONTE: http://www.flip.org.br/parati.php3?sessao=Descubra%20Paraty

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